FILME: Advogado do Diabo

Advogado do Diabo
suspense, EUA, 1997.

Analogia. Esse o ponto forte dessa película do diretor Taylor Hackford o mesmo que filmou a premiada biografia do cantor Ray Charles em 2004. O enredo a primeira olhada soa banal. Kevin Lomax [Keanu Reeves] e sua esposa Mare Ann [Charlize Theron] mantém uma firma de advocacia de uma minúscula cidade do interior da Flórida. A firma vive um momento de êxtase encabeçado pela fama de Lomax, advogado criminalista, de nunca ter perdido uma disputa no júri popular. Depois de mais uma vitória - absolvendo um professor (claramente culpado) do ensino médio da acusação de assediar uma aluna depois das aulas - Lomax é procurado por uma megafirma de advogados de Nova Iorque encabeçada por John Milton [Al Pacino em grande forma].

O casal de advogados decide sem pestanejar abraçar a oportunidade única. A firma de advogados nem sequer tinha uma divisão criminal: tratava apenas de assuntos graúdos que envolviam muito dinheiro, empresários, políticos, multinacionais, representava países. A firma comandava metade do mundo. Por que então contratar um advogado criminalista do interior?

Entre champanhes de milhares de dólares, um apartamento triplex, ternos italianos caros, a vida do casal vai se transformando no que eles sempre desejaram: o estilo de vida americano, onde a vida pessoal é completamente absorvida pela profissional regada a muito luxo.

A analogia que citei no início do texto começa a ficar clara nesse momento do filme. Os valores morais, a importância do próximo, nosso amor próprio, nada mais importa além de dinheiro e poder. Essa é a forma mais eficaz que o Mal usa para desviarmos de nossos caminhos e nós como simples seres submissos a nossas próprias vontades, caimos como patinhos. Se eu continuar falando, vai perder a graça, pois é um filme dos bons, que como todo filme bom fala por si só. Um filme surpreendente.

Walter Jr

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