Cigarro nosso de cada dia

Foto: West Harris.
Apesar de o cigarro ser lícito no Brasil, quem faz seu uso, na grande maioria das vezes, não respeita quem está próximo, quem não fuma e fica recebendo a fumaça expelida pelo fumante, quem está comendo ou bebendo algo por perto e até mesmo quem mora na mesma casa e divide o mesmo quarto. O fumante não respeita nem pensa nas consequências do uso dessa droga nele mesmo. Por conta de o fumante não refletir sobre seus próprios atos é que diversas leis são produzidas e pensadas para frear o fumante e seus hábitos.

O Estado de São Paulo promulgou uma lei estadual número 13.541 no dia 07 de maio, denominada Lei Antifumo, com o intuito de proteger a saúde dos não-fumantes, restringindo os direitos dos fumantes, proibindo-os, por exemplo, de fumar dentro de restaurantes ou prédios públicos, mesmo naqueles lugares onde há o espaço reservado para tal ato.

A cidade de Maceió também editou uma lei "de combate ao fumo". No ano de 2005 o prefeito Cícero Almeida sancionou uma lei que proíbe o ato de fumar cigarros, charutos e cachimbos em recintos fechados, sejam estabelecimentos públicos ou privados da capital alagoana. Hoje, quase cinco anos depois, pode-se testemunhar o desrespeito a lei em vários lugares da cidade. Uma lei sem eficácia.

O interesse maior em discussão é o interesse social, coletivo. O número de fumantes é extremamente menor que o número de não fumantes. Um fumante pode prejudicar a saúde dele próprio e de dezenas de outras pessoas que transitem ou fiquem próximas dele.

Outra coisa: se é para ter uma droga lícita como a que é utilizada na produção desses cigarros comercializados, é lógico que deve haver a liberação, a legalização de outras tantas drogas consideradas tão prejudiciais quanto o cigarrinho de cada dia de muitos brasileiros, como por exemplo, a execrada maconha.

Cigarro de tabaco pode, cigarro de maconha não pode. Com o caminho trilhado pelas leis que estão surgindo, estamos a um passo de considerar ilegal, também, o consumo do "cigarrinho normal". Não acho que seja uma saída inteligente proibir o consumo desses tipos de produtos, nem do cigarro normal nem da maconha. Pode-se afirmar, com ressalvas, que a legalização de determinadas drogas pode ser mais benéfico para a sociedade, em diversos aspectos, que a sua proibição.

Restringir os locais para o consumo de cigarros é uma saída que foi encontrada para proteger aqueles que escolheram não fumar. É aquela questão, o seu direito termina quando começa o meu. De qualquer forma, essa questão, assim tantas outras nesse nosso país, merece uma discussão mais consciente, educada e profunda.
Wenndell Amaral

Comentários

Mariana Vital disse…
mandou bem wenndell! =]