Livro: Cem Anos de Solidão

A expressão "esse livro mudou minha vida", nunca teve um sentido concreto pra mim. Sempre achei livros essênciais, mas, não sei se por culpa do método rudimentar de ensino que enfrentei, não sentia prazer em apreciar livros didáticos. Lembro uma vez que apanhei e fiquei proibido de brincar por 1 mês por passar 20 dias sem fazer a lição de casa usando o artifício de que a professora ia corrigir tudo na revisão para as provas. A letra fria e teórica dos filósofos e pensadores, as vezes sem nenhum coração, até que me faziam entender algumas coisas... Mas sempre fica-se desejando algo empírico, algo que você possa relacionar e comparar a você e suas situações de vida. Aí entram os romances. Alguns me prendiam de uma forma única, só parava de ler quando acabava. Mas ainda nenhum livro, antes de Cem Anos de Solidão do indenominável Gabriel Garcia Marquez, tinha-me feito pensar de uma maneira tão completa, fazendo com que eu juntasse as peças do quebra-cabeça esfumaçado da existência humana que estava totalmente embaralhado em minha jovem mente.

O livro conta a história de várias gerações de uma família que tem como patriarca José Arcádio Buendía um homem que sai de sua cidadezinha natal para fundar um povoado em meio a natureza selvagem com a culpa de ter matado um homem. Leva sua mulher Ursula e alguns amigos que o seguem. Em meio a paisagens marcantes, acontecimentos fantásticos, sempre costurando a história da família com a época das guerras nos países latinos invadidos pelos capitalistas. Narra-se amores, guerras, pontos de vistas de vários personagens, alguns caricaturas de nosso dia a dia. O filho que sai de casa para cair no submundo, o pai distante, a mãe segura e firme, mas sem nunca perder a empatia, mostrasse a verdadeira verdadeira líder da família... Márquez, nos mostra como as histórias cotidianas acabam refletindo em decisões mais importantes de uma nação ao mesmo tempo que nos mostra fatos que vivenciamos, servindo de exemplo de como não agir e como é quase impossível manter o mundo em ordem, principalmente quando deixamos de lado o amor, a conversa, o entendimento e vamos em busca apenas do desconhecido, do novo, da matéria, seja em forma de sentimentos fúteis e passageiros ou da forma pura do poder: o dinheiro.

Várias revistas como Veja (não leia, a não ser pra criticar), Superinteressante, Galileu, etc. já publicaram reportagens sobre esse clássico mundial. Existem por exemplo, no site da Superinteressante um quadro que resume a história. Vários estudos acadêmicos, inclusive muitos doutorados, foram pautados nesse livro. Mas e daí? Não é isso que importa. É a mensagem de Gabriel Garcia Márquez que importa e ele nos mostra de forma simples e direta, mas sem perder nunca a sensibilidade. Soa frio as vezes, mas o momento é necessário.

PS.: A interpretação numerológica de meu nome desemboca no número 7, o que significa, segundo crenças sem bases científicas - e nem por isso menos relevantes - que tenho a insígnia da solidão marcada desde minha criação. Só soube disso depois de já passar da metade do livro. Esse fato não me fez gostar mais ou menos do livro. Apenas despertou em mim mais uma vez a pergunta: será o destino? Vou continuar a lê-lo para saber. Pra quem já leu o livro, já tive vontade de ser o Coronel Aureliano e mudar o mundo. Infortunadamente, ultimamente estou mais para o patriarca José Arcárdio que tudo observa solitário, de longe, embaixo de uma castanheira, mudo e com fama de louco.
Walter Jr

Comentários

diana sarmento disse…
Esta obra não pode passar desabercebida. O melhor livro que já li em toda minha vida. Tenho problemas de memóia, mas consigo me lembrar de cada um dos Aurelianos e de Úrsula e da Rebecca, Amaranta *O*
Este foi um divisor de águas da minha experiência literária. Hj coleciono livros do Gabriel García Márquez, pelo fanatismo de Cem Anos de Solidão ;x
Livro fantástico, cada pedacinho *-*
Com tiradas imaginárias estupendas tratadas como a coisa mais natural do mundo.
O García é foda!!
dea iana disse…
Esta obra não pode passar desabercebida. O melhor livro que já li em toda minha vida. Tenho problemas de memóia, mas consigo me lembrar de cada um dos Aurelianos e de Úrsula e da Rebecca, Amaranta *O*
Este foi um divisor de águas da minha experiência literária. Hj coleciono livros do Gabriel García Márquez, pelo fanatismo de Cem Anos de Solidão ;x
Livro fantástico, cada pedacinho *-*
Com tiradas imaginárias estupendas tratadas como a coisa mais natural do mundo.
O García é foda!!
Dayane Mirelly disse…
Ótima postagem amor . Dayane
:D