10 filmes, 10 livros

Fim de ano é assim, quase todo mundo criando suas listas de melhores/piores etc. Entendo que esse é um ótimo exércio de memória e de reflexão sobre com o que andamos perdendo nosso tempo durante o ano que está chegando ao fim.

Asim sendo, segue abaixo duas listas com os 10 melhores (na minha opinião e na opinião de um amigo) de 2010.

A primeira lista trata dos 10 filmes de 2010, mas adianto que, obviamente, não pude assistir todos os lançamentos do ano, muito não chegou ao meu alcance e outro tanto não tive como assistir mesmo, dai fiz a seleção entre os que consegui acompanhar. A outra lista diz respeito aos 10 melhores livros do ano na opinião do jornalista Hugo Oliveira.

FILMES:

A Rede Social (The Social Network, de David Fincher). Narra a fundação do website Facebook. Tem roteiro baseado no livro de não-ficção The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich. Filme com uma das melhores recepções do ano, boas atuações, a cereja que faltava no bolo do criador do Facebook.





Tropa de Elite 2 (Tropa de Elite 2: O Inimigo agora É Outro, de José Padilha). O diretor também escreveu o roteiro, juntamente com Braulio Mantovani e é estrelado por Wagner Moura. Acho que em 2010 não teve pra nenhum estrangeiro, Tropa 2 foi o melhor que pude assistir, uma produção histórica, tanto do ponto de vista cinematográfico, quanto social.





Kick-Ass - Quebrando Tudo (Kick-Ass, de Matthew Vaughn). Com roteiro baseado na história em quadrinhos de mesmo nome, conta a história de um adolescente normal que decide tornar-se um super-herói por influência das histórias em quadrinhos. É divertido e extremamente bem realizado. A garotinha Chloe Moretz (Hit Girl) atua muito bem. Creio que Tarantino, depois de ver Kick-Ass, ficou roendo as unhas por não tê-lo dirigido.



Robin Hood (Robin Hood, de Ridley Scott). Aborda mais uma vez a lenda do herói inglês, dessa vez com um tratamento mais humano. O diretor remonta os fatos históricos encaixando a figura de Hood nos acontecimentos. O filme sofreu muitas críticas, mas gostei muito da narrativa imposta, do retrato histórico bem produzido.





Resident Evil 4: Recomeço (Resident Evil : Afterlife, de Paul W.S. Anderson). Quarto filme baseado na série de jogos da Capcom, Resident Evil, mais um estrelado por Milla Javovich. Resident Evil é um dos meus games prediletos. Apesar de nenhum dos filmes baseados na série alcançar a qualidade dos jogos, esse foi o que mais me agradou. Tem poucas e boas sequências de ação e consegue remeter um pouco mais aos roteiros dos games.



Um Lugar Qualquer (Somewhere, de Sofia Coppola). Até onde sei este novo longa de Sofia Coppola não estreou no Brasil, a não ser pela exibição no Festival de Cinema do Rio deste ano. Ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza, contudo deixou impressões extremamente divididas entre os críticos e expectadores. Talvez Sofia Coppola deva sofrer com essa inconstância pelo resto da carreira, mas esse filme tem qualidade. Não é o melhor dela, mas justamente por ser dela, merece constar aqui.



O Escritor Fantasma (The Ghost Writer, de Roman Polanski). Suspense baseado no livro de mesmo nome de Robert Harris. Ewan McGregor interpreta esse personagem, sem assinatura, que assume uma tarefa interrompida por seu antecessor: escrever as memórias de um poderoso político britânico. Por se tratar de um filme de Polanski, o clima de tensão é total. Ewan McGregor e Pierce Brosnan com ótimas atuações.




Scott Pilgrim vs. the World (Scott Pilgrim vs. the World, de Edgar Wright). Baseado na história em quadrinhos Scott Pilgrim, criada por Bryan Lee O'Malley, narra a história do próprio Scott Pilgrim, baixista da banda "Sex Bob-omb", jovem que começa a desvendar o amor e a lidar com as relações humanas, tudo de um jeito bem "pop" e muito divertido, com uma estética de videogame que garantiu um visual original e empolgante. A horoína Ramona Flowers me lembrou de Clementine de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, com seus cabelos que mudam de cor.


A Origem (Inception, de Christopher Nolan). Ficção científica com grande e famoso elenco, com muito tempo de desenvolvimento, somente sendo acabado em 2010. O diretor montou um universa complicado mas fez questão de detalhar seu funcionamento no decorrer do filme e, ao meu ver, essa escolha não tira a qualidade da ideia. Bem filmado, com cenas surreais.




Ilha do Medo (Shutter Island, de Martin Scorsese). O título nacional sugere um suspense sobrenatural e talvez já deixe o expectador entrar involuntariamente no jogo de espelhos que é o filme. A qualidade está no modo de apresentar a história. Claro que se você descobrir o desfecho antes do final não terá a mínima graça.






LIVROS:

Solar – Ian McEwan.

O ano é 2000. A maré de más notícias sobre o clima e o aquecimento global inunda o noticiário. Michael Beard, cientista consagrado e prêmio Nobel de física, não parece nada preocupado. Seus interesses atuais se limitam a fantasias eróticas - concretizadas ou não -, bebida e mesa farta...



Vício inerente – Thomas Pynchon

Homenagem aos livros de Dashiel Hammet e Raymond Chandler e retrato mordaz da Califórnia no início dos anos 1970, Vício inerente marca a volta de Thomas Pynchon ao cenário de dois de seus romances, Vineland e O leilão do lote 49. Porém, enquanto estes livros registravam o auge do Flower Power, Pynchon agora explora o outro movimento da curva...


2666 – Roberto Bolaño

O livro é composto de cinco romances, interligados por dois dramas centrais: a busca por um autor recluso e uma série de assassinatos na fronteira México-Estados Unidos. A primeira história narra a saga de quatro críticos europeus em busca de um escritor alemão recluso; Na segunda, há a agonia de um professor mexicano às voltas com seus problemas existenciais; O terceiro romance conta a história de um jornalista esportivo que acaba se envolvendo com crimes cometidos contra mulheres; Na quarta e mais extensa das partes do livro, os crimes de Santa Teresa são narrados com a frieza e o distanciamento próprios da linguagem jornalística das páginas policiais; Na quinta história o leitor é conduzido de volta à Segunda Guerra, tornando-se testemunha do passado misterioso de Benno von Archimboldi, o escritor alemão da primeira.

Uma mulher – Péter Esterházy

Um retrato original e bem-humorado da relação entre um homem e uma mulher – ou muitos homens e muitas mulheres. Das questões do cotidiano – a casa, o dinheiro, as famílias, filhos, o sexo, o trabalho, a comida –, até questões de história e política, Esterházy compõe um complexo mosaico da figura feminina. O mistério a ser decifrado é a singularidade dessa “uma” mulher que pode ser várias mulheres ou várias facetas de uma mesma (metamorfoseada das formas mais inusitadas).

28 contos de John Cheever – John Cheever

Investiga aspectos à primeira vista específicos da vida americana de meados do século xx: a aridez espiritual dos subúrbios ricos e, concomitantemente, a possibilidade de transcendência do indivíduo numa sociedade cujo fundamento é a alienação. Colados à realidade, seus melhores contos soam como críticas inexoráveis do vazio de seus personagens, das vidas anódinas a que estão condenados.


Só garotos – Patti Smith

O relato inédito e comovente da história de amor e amizade entre a cantora e poeta Patti Smith e o fotógrafo Robert Mapplethorpe. Nestas delicadas memórias afetivas, Patti revive a aventura de dois jovens irreverentes e idealistas em direção ao sucesso mundial.




Um erro emocional – Cristovão Tezza

Apresenta a conflituosa relação entre Paulo e Beatriz, um escritor e sua leitora. O livro começa com uma declaração, uma frase truncada que diz: "Cometi um erro emocional." É o ponto de partida para um mergulho em lembranças nem sempre agradáveis. Logo, Paulo e Beatriz tornam-se cúmplices.



Os anões – Veronica Stigger

Nas narrativas breves de Os anões, seu terceiro livro, a escritora Veronica Stigger coloca em funcionamento um mundo de violência e anestesia, onde tudo se transforma em imagem. O volume traz histórias como a do casal de anões que é linchado por furar uma fila; a de atores que despencam de um teleférico protagonizando um espetáculo absurdo; ou a de um rapaz que é processado por exibir um poema como tatuagem. Menos que contos em miniatura, estas são ficções embrionárias ou potenciais que, por sua própria incompletude, ficam ressoando na memória do leitor.

Passageiro do fim do dia – Rubens Figueiredo

Este romance de escritura primorosa narra um percurso. É o que se opera na consciência de Pedro durante uma viagem de ônibus para o bairro do Tirol, na periferia pobre da cidade onde mora - uma espécie de panela de pressão de violência e injustiça sistemática. É lá que mora Rosane, namorada de Pedro: faz algum tempo que ele passa os fins de semana com ela...


Memória de elefante – Caeto

O livro vasculha a memória do autor.Caeto é um artista plástico sem grana e com propensão ao alcoolismo. Soma-se a isso a dificuldade em se relacionar com os membros de sua família. Caeto é um artista plástico sem grana e com propensão ao alcoolismo. Soma-se a isso a dificuldade em se relacionar com os membros de sua família.



Nota-se a falta de uma lista sobre os melhores da música em 2010. Contudo, neste ano quase acabado não pude dispor de muito tempo para essa inestismável arte, logo recorri a coisas antigas, o de sempre, não acompanhei os milhares e milhares de lançamentos. De qualquer forma, sintam-se à vontade para deixar uma opinião sobre o melhor da música em 2010 aqui ou, se preferir, em nossa página no Twitter ou no Facebook.

Comentários

Bruno disse…
Sem dúvida, A origem e a Ilha do medo são muito show!
Me agradou muito mais a lista de livros. Se fizesse uma, pelo menos 5 entrariam. Na de filmes, Tropa 2, Ilha do Medo e O Escritor Fantasma barbarizam.

Abs!
Wenndell Amaral disse…
Sem dúvida cada lista dessa natureza é extremamente pessoal, mas alguns filmes/livros sempre são de gosto comum.

Agradeço a participação Bruno e Pedro.