O Profeta [Un Prophète], 2010.
Dir.: Jacques Audiard
Elenco: Tahar Rahim, Niels Arestrup, Adel Bencherif
Dur.: 155 min.
Quando se fala em filme francês logo vem à tona no imaginário popular imagens clichês de romances tórridos [Último Tango Em Paris] e/ou cenas brutalmente dramáticas [Reversível]. A França é um país culturalmente rico graças, assim como no Brasil, a diversidade racial: árabes, franco-italianos, franco-espanhóis e franceses "puros" compõem a colcha de retalhos que á a atual República Francesa.
A mistura [explosiva] étnica, a crise econômica que resultou na implantação do Euro e a busca pela felicidade à seu modo particular são os temas de que o filme trata: um franco-árabe, Malik El Dejebena [vivido pelo talentoso ator Tahar Rahim], é preso acusado de lesionar acintosamente policiais. Cumprindo pena no democrático sistema prisional francês, o jovem de 19 anos logo se vê compelido a escolher uma tribo mafiosa para pleitear a aceitação; por livre e espontânea pressão escolhe a dos ítalo-francos da Córsega [região a tempos conhecida pelo comércio ilícito].
Malik, sem família nem ninguém no mundo exterior, vai seguindo sua peregrinação no submundo da máfia francesa e como uma gata borralheira às avessas, vai crescendo dentro da organização criminosa mesmo com todo o preconceito e violência exalado pelos franco-italianos. Enquanto Malik enfrenta questões morais e éticas para garantir a própria sobrevivência, o destino o mostra como extrair o melhor das duras lições e ter esperança em dias melhores fora da cadeia.
O diretor Jacques Audiard usa seu filme para atestar uma antiga teoria de outro francês, o filósofo iluminista Jean Jaques Rousseau, que afirma que "o homem nasce bom, a sociedade [ou o meio em que o mesmo está inserido] o corrompe..." Não posso adiantar muitos detalhes, pois essa é uma película que tem que ser sorvida aos poucos para ser bem compreendida. Ótimo filme.
Walter A.
@walter_blogTM / wjr_stoner@hotmail.com
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