Filme: Os Vingadores

Quando subiram os créditos finais de Hulk (2008), ainda interpretado por Edward Norton, Tony Stark aparece no bar e fala ao Comandante Ross que estão formando uma equipe, a parcela nerd de minha alma exultou. À época ainda faltavam Capitão América e Thor para completar a trupe de heróis da Marvel. Completado o ciclo de aparições (com tempo suficiente para um segundo Homem de Ferro), finalmente chegou a vez de Os Vingadores salvarem o mundo juntos.
O enredo principia com Loki (Tom Hiddleston) voltando do seu exílio, após ser derrotado por seu irmão Thor, para resgatar o “Tesseract” (cubo azul do filme do Capitão América e Thor) que está em poder da S.H.I.E.L.D. Neste momento, o asgardiano empunha seu cetro, cujo poder controla o cubo, para eliminar os soldados e angariar aqueles (incluindo o Gavião Arqueiro) que lhe servirão na criação de uma passagem entre mundos, a fim de trazer seu exército alienígena para a Terra. Explosões e algumas cenas de ação depois, o agente Nick Fury começa seu recrutamento. Uma vez reunidos logo começa a bagunça.

Bagunça no bom sentido, pois o choque de personalidades, trocas de farpas e socos, e, principalmente, as piadas de Tony Stark ridicularizando seus companheiros, fazem os momentos mais hilários do longa. É divertidíssimo, apesar dos clichês inerentes a todo blockbuster, reafirmando a marca humorística dos enlatados da Marvel. 

Mantém-se a coerência com as histórias anteriores, formando no conjunto quase um folhetim cada filme. Isto concede a Os Vingadores agilidade e coesão, ainda mais porque, exceto Mark Ruffalo – o Hulk, todos os demais atores retornam aos papéis anteriores evitando que o espectador busque referências a todo tempo. Outro ponto importante e acertado são as cenas de ação e os efeitos visuais usados com muito equilíbrio, coisa rara no gênero.

O diretor Joss Whedon conseguiu transformar em harmonia o que temíamos se tornar uma batalha de egos. Cada personagem exerce uma função na equipe, destacando-se a Viúva Negra (da sublime e bela Scarlett Johanson), crucial em meio a tanta presença masculina. Claro que o egocentrismo do milionário Stark sobressai-se muitas vezes, mas sempre aparece alguém para rebater-lhe. Advindos de películas meio insossas, Thor e Capitão América surpreendem, embora o primeiro apareça mais em cenas de ação e “contenção”, o outro faz o aparato logístico do grupo. Já o Gavião e o Hulk fazem o que é esperado, enquanto aquele acerta seus alvos, este os esmaga! Ademais, Ruffalo está perfeito como o Dr. Banner.

Arriscamos dizer que tecnicamente só peritos em sétima arte poderiam assinalar os prováveis erros, uma vez cumprido o dever de entreter e contar o início desta saga. Não à toa vem recebendo os mais altos elogios da crítica. É o tipo de filme despretensioso que “vale o ingresso”, o melhor da Marvel até agora. 

Igualmente ao que houve no último Hulk, segure um pouco a vontade de ir ao banheiro após os créditos finais, pois a ponta de um fio salta do tecido. Sim, eles voltarão, nerds!


[The Avengers], 2012.
Direção: Joss Whedon
Elenco principal:  Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), Chris Evans (Capitão América), Chris Hemsworth (Thor), Jeremy Renner  (Gavião Arqueiro), Mark Ruffalo (Hulk), Scarlett Johanson (Viúva Negra) e Samuel L. Jackson (Nick Fury).
Duração: 136min


por José Minervino Neto (@zehminervino)

Dica 2: Se você já viu o filme, recomendamos a leitura desta crítica (com spoilers) aqui.

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