MÚSICA: THE BLACK KEYS

- The Black Keys
- El Camino
- Nonesuch Records, 2011.


Confesso que ando bastante cético em relação a novos artistas, principalmente no tocante às bandas de rock que vão emergindo agora para as grandes gravadoras - e consequentemente para o grande público - usando como portfólio a internet, que nos últimos anos vem se transformando num enorme lixão cultural.

A primeira vez que ouvi falar do The Black Keys foi durante a realização do festival de música Loolapalooza 2013 ao lado da lendária Black Sabbath: zapeando, parei no HBO, o show do duo originário de Ohio, EUA, caminhava para o fim e a platéia ficava a cada minuto mais extasiada com a potência sonora e carisma emanados do palco. Poucos minutos de audição serviram para perceber que aqueles rockeiros ali não eram novatos na estrada devido a destreza com que tocavam, passeavam no palco e se comunicavam com o público de outra língua.

Mal as luzes se apagaram para anunciar o fim da apresentação eu já me encontrava buscando a discografia completa nas ondas do torrent. Missão primária cumprida, passei a secundária: escolher um disco e ouvir. Escolhi o mais vendido até então - esse que vos indico - não por ser o mais vendido, mas sim por ter figurado em inúmeros rankings de música, desde publicações independentes até revistas de grande circulação como a Time.

Eu estava certo quando pressenti alguns anos de estrada para o The Black Keys. El Camino é o sétimo disco da banda que debutou em 2001 com o álbum The Big Come Up, porém é com El Camino que Patrick Carney [bateria] e Dan Auerbach [guitarra e vocal] alcançam o auge de sua arte mesclando indie rock, blues, hard rock setentista em doses perfeitas derramadas em canções enérgicas calcadas nas melhores influência que uma banda de rock pode ter [Led Zeppelin, Black Sabbath, Nirvana, etc.]

A canção mais tocada do álbum nas rádios [não brasileiras, óbvio] foi Little Black Submarines uma balada que descamba para o hard rock no fim. A que mais me chamou atenção inicialmamente foi a dançante Lonely Boy com os vocais dobrados e um riff grudento de guitarra. Todas músicas do disco tem seu valor, seu brilho próprio em meio à escuridão de bandas sem identidade que emulam umas as outras. Contudo, Hell Of Season, Sister, Dead and Gone e Going On The Ceiling são as que mais chamam atenção formando um quarteto poderoso onde a bateria, guitarra e baixo e teclado se encaixam vigorosamente galopando na garupa do velho o bom cavalo selvagem [que muitos insistem em proclamar morto] chamado rock and roll.

PS: infelizmente, as novas leis de proteção autoral dos norte-americanos me impeliram a deletar o nosso famoso HDModerno - recheado do que havia de melhor na cultura - impossibilitando o compartilhamento de músicas como fazíamos com muito orgulho antes. Mas, quem tiver dificuldades em achar o torrent pra baixar, manda um email que eu desenrolo.


Walter A.

wjr_stoner@hotmail.com / facebook.com/Walter_blogTM

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