Há pouco mais de um mês que acabaram as comemorações da Consciência Negra aqui em União dos Palmares. Vale dizer que não só houve aqui tais comemorações, mas também Brasil a fora. Talvez, com o passar do tempo esteja cada vez mais sendo atribuída valorização para a “Consciência Negra”, o sentimento para com a causa esteja aumentando, a história malfadada, com lutas e conquistas a duras penas e valores que ficaram para o futuro, esteja ficando de vez em nossas mentes. Mas, escrevo talvez, esta é uma dúvida que tenho, pois mesmo depois de tantos anos e tantas tentativas de inclusão e reparação a grande maioria dos que tem a pele preta (digo preta sim, pois preto é o antônimo de branco) ainda sofre pré-conceitos por ter tal coloração no corpo, sofre com a ignorância obtida com o tempo, repassada pelos antigos e que ainda hoje se perpetua em mentes que preferem não refletir e libertar a própria consciência.
O desrespeito é tanto que até mesmo as fundações, órgãos governamentais e entidades culturais não conseguem ou não sabem dar o devido valor para a história e para as celebrações do tipo da “Consciência Negra”. Voltando para nossa cidadezinha aqui, nossa Palmares, como dizem, temos uma pífia organização, a qual se percebe que é feita às pressas, de última hora, colocando uma “Semana da Consciência Negra” ano após ano que deixa a desejar. Deixa a desejar tanto para os próprios cidadãos palmarinos, como também para os visitantes e artistas que vêm mostrar seu trabalho mostrar o valor que essa história tem.
Bom, podemos dizer que ter algo é melhor que não ter nada. Mas, e se sempre pensarmos assim, tudo continuará “meia boca”? Feito de maneira insatisfatória e teremos que nos sentir satisfeitos? Não pode ser assim. Muito valor e reconhecimento tem que ser dado àqueles que lutaram, trabalharam e idealizaram para que acontecesse a comemoração, para que não fosse mais um dia comum aos pés do Quilombo, para que os vultos históricos fossem lembrados e homenageados. Claro. Pelo menos isso teria de ser feito de alguma forma. Mesmo assim, não podemos deixar passar em branco as falhas e faltas de atenção.
É fácil criticar, mesmo esse sendo meu papel aqui, como observador do que acontece nesta minha querida cidade, mas também sinto-me obrigado a dar idéias, apoiar e ajudar de alguma forma. Uma maneira que achei para participar desse processo de melhoramento é sempre estar tentando conhecer mais da história de União dos Palmares, dos Quilombos, das lutas que foram travadas aqui nessas terras.
Outra é a participação e presença nas atividades que são desenvolvidas, são poucas, talvez mal feitas, mas merecem a valorização. Também tenho escutado e lido idéias, quero aqui dar uma amplificação para elas, como a da vereadora Genisete Lucena, que propôs criar um fórum permanente aqui na cidade para a discussão e planejamento da questão afro-descendente e étnico-racial. Muito boa idéia. Talvez caiba somente ao poder executivo municipal a realização e efetivação dessa idéia, mas é, certamente, algo que deve ser feito e logo.
A cidade tem a AGRUCENUP - Associação dos Grupos Culturais e Entidades Negras de União dos Palmares. Ela deveria ser a ponte que liga a cultura negra ao povo, o braço que realizaria eventos, seminários, planejaria festas como a da Consciência Negra de maneira mais categórica, porém não se vê ação quase alguma dessa associação. Talvez ela represente efetivamente seus associados, de alguma maneira deve fazer isso sim, mas só isso não basta. Ela poderia ser muito mais do que vem sendo. Parece que ela só existe no mês de novembro!
Sei que é difícil planejar e executar algo do tamanho do merecimento de Zumbi e toda a história palmarina, entretanto, ainda tenho esperança de ver o que sempre imagino quando escuto um burburinho sobre alguma comemoração cultural aqui na cidade. Sempre imagino a cidade envolvida, a população tendo o conhecimento e entendimento dos porquês daquilo estar acontecendo. Que seja tudo organizado e com um bom nível. Mas... fico só imaginando. Espero um dia ver e sentir essa realidade.
Quem quiser ler um resumo abstraido e apolítico de como foram as Comemorações da Consciência Negra, clique aqui e acesse o conteúdo postado do blog União dos Palmares: A Terra da Liberdade.
Quem quiser ler um pouco mais, basta clicar aqui ou no link ali ao lado na barra lateral e dar uma conferida em tudo o que foi publicado por aqui referente ao tema.
O desrespeito é tanto que até mesmo as fundações, órgãos governamentais e entidades culturais não conseguem ou não sabem dar o devido valor para a história e para as celebrações do tipo da “Consciência Negra”. Voltando para nossa cidadezinha aqui, nossa Palmares, como dizem, temos uma pífia organização, a qual se percebe que é feita às pressas, de última hora, colocando uma “Semana da Consciência Negra” ano após ano que deixa a desejar. Deixa a desejar tanto para os próprios cidadãos palmarinos, como também para os visitantes e artistas que vêm mostrar seu trabalho mostrar o valor que essa história tem.
Bom, podemos dizer que ter algo é melhor que não ter nada. Mas, e se sempre pensarmos assim, tudo continuará “meia boca”? Feito de maneira insatisfatória e teremos que nos sentir satisfeitos? Não pode ser assim. Muito valor e reconhecimento tem que ser dado àqueles que lutaram, trabalharam e idealizaram para que acontecesse a comemoração, para que não fosse mais um dia comum aos pés do Quilombo, para que os vultos históricos fossem lembrados e homenageados. Claro. Pelo menos isso teria de ser feito de alguma forma. Mesmo assim, não podemos deixar passar em branco as falhas e faltas de atenção.
É fácil criticar, mesmo esse sendo meu papel aqui, como observador do que acontece nesta minha querida cidade, mas também sinto-me obrigado a dar idéias, apoiar e ajudar de alguma forma. Uma maneira que achei para participar desse processo de melhoramento é sempre estar tentando conhecer mais da história de União dos Palmares, dos Quilombos, das lutas que foram travadas aqui nessas terras.
Outra é a participação e presença nas atividades que são desenvolvidas, são poucas, talvez mal feitas, mas merecem a valorização. Também tenho escutado e lido idéias, quero aqui dar uma amplificação para elas, como a da vereadora Genisete Lucena, que propôs criar um fórum permanente aqui na cidade para a discussão e planejamento da questão afro-descendente e étnico-racial. Muito boa idéia. Talvez caiba somente ao poder executivo municipal a realização e efetivação dessa idéia, mas é, certamente, algo que deve ser feito e logo.
A cidade tem a AGRUCENUP - Associação dos Grupos Culturais e Entidades Negras de União dos Palmares. Ela deveria ser a ponte que liga a cultura negra ao povo, o braço que realizaria eventos, seminários, planejaria festas como a da Consciência Negra de maneira mais categórica, porém não se vê ação quase alguma dessa associação. Talvez ela represente efetivamente seus associados, de alguma maneira deve fazer isso sim, mas só isso não basta. Ela poderia ser muito mais do que vem sendo. Parece que ela só existe no mês de novembro!
Sei que é difícil planejar e executar algo do tamanho do merecimento de Zumbi e toda a história palmarina, entretanto, ainda tenho esperança de ver o que sempre imagino quando escuto um burburinho sobre alguma comemoração cultural aqui na cidade. Sempre imagino a cidade envolvida, a população tendo o conhecimento e entendimento dos porquês daquilo estar acontecendo. Que seja tudo organizado e com um bom nível. Mas... fico só imaginando. Espero um dia ver e sentir essa realidade.
Quem quiser ler um resumo abstraido e apolítico de como foram as Comemorações da Consciência Negra, clique aqui e acesse o conteúdo postado do blog União dos Palmares: A Terra da Liberdade.
Quem quiser ler um pouco mais, basta clicar aqui ou no link ali ao lado na barra lateral e dar uma conferida em tudo o que foi publicado por aqui referente ao tema.
Wenndell Amaral
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