Maio, 1976, em um show na sua cidade natal Londres, David Bowie acena aos fãs com uma saudação nazista. Algo está errado, Bowie percebe que a Inglaterra já não tem nada o que lhe oferecer.
Após criar personagens como Ziggy Stardust e Alladin Sane, agora entrava em cena, o Thin White Duke (algo como o Almofadinha Pálido), que subia ao palco de camisa branca, calça e colete pretos, e dispensaria os cenários e dançarinos. Uma iluminação branca e a expressão fechada do rosto de Bowie eram suficientes para imprimir o tom desejado. O nazismo, porém, era apenas uma das obsessões na época alimentada pela cocaína. Bowie estava fascinado pela Alemanha dos anos 30, em sua turnê, utilizou o famoso método de distanciamento crítico de Bertolt Brecht (dramaturgo e poeta alemão) e aguçava os ouvidos escutando Kraftwerk. Sua paixão pela cultura alemã e o uso cada vez mais crescente de drogas, o leva ao exílio do mesmo ano para Berlim, e há uma nova busca em sua identidade musical.
Em parceria com o ex-integrante do Roxy Music, Brian Eno, Bowie dará início a sua trilogia berlinense.
Low – Heroes – Lodger
Em um mês Low está pronto. A gravadora não acredita nas vendagens do LP, principalmente por ter um lado basicamente instrumental e por ser tão diferente dos álbuns anteriores de Bowie. A sonoridade de Low reflete a falta de comunicação e expressão em que Bowie estava passando. Mesmo assim, Sound and Vision entra nas paradas européias, a música Warszawa é a referência para o primeiro nome da futura banda Joy Division e Subterraneans finaliza o álbum, numa bela sinfonia da decadência. Claro que, para uma maior evidência, é importante situar o álbum, no ano em que o movimento punk estava em ascensão. Low renega completamente a cena underground, a guitarra cede espaço aos sintetizadores.
Heroes ainda continha faixas instrumentais, mas torna-se mais acessível do que seu antecessor. A música título é inspirada num jovem casal que Bowie vira se encontrando várias vezes no muro de Berlim. O álbum era uma intenção de retratar a capital alemã. Bowie cita mais tarde que, Low/Heroes era até ali, o que mais continha amor e emoção dos seus trabalhos. A música Heroes, foi composta também em francês e alemão e o clipe traduz a obscuridade daqueles dias.
Lodger é o que menos me atrai, mas tem suas características. Agora incorporando música jamaicana, armênia e turca, o álbum já não contém músicas instrumentais. É como se a cada álbum, a natureza, a limpeza sanguínea, a procura de um significado, fosse dando amostras. Acho que, é em Lodger, que Eno se nutre mais de suas experiências. Em Boys Keep Swinging (single composto por Bowie/Eno) é o que de mais interessante há no álbum, fechando assim, a trilogia ou “triptych”. David Bowie dá adeus a Brian Eno e a Berlim.
Após criar personagens como Ziggy Stardust e Alladin Sane, agora entrava em cena, o Thin White Duke (algo como o Almofadinha Pálido), que subia ao palco de camisa branca, calça e colete pretos, e dispensaria os cenários e dançarinos. Uma iluminação branca e a expressão fechada do rosto de Bowie eram suficientes para imprimir o tom desejado. O nazismo, porém, era apenas uma das obsessões na época alimentada pela cocaína. Bowie estava fascinado pela Alemanha dos anos 30, em sua turnê, utilizou o famoso método de distanciamento crítico de Bertolt Brecht (dramaturgo e poeta alemão) e aguçava os ouvidos escutando Kraftwerk. Sua paixão pela cultura alemã e o uso cada vez mais crescente de drogas, o leva ao exílio do mesmo ano para Berlim, e há uma nova busca em sua identidade musical.
Em parceria com o ex-integrante do Roxy Music, Brian Eno, Bowie dará início a sua trilogia berlinense.
Low – Heroes – Lodger
Em um mês Low está pronto. A gravadora não acredita nas vendagens do LP, principalmente por ter um lado basicamente instrumental e por ser tão diferente dos álbuns anteriores de Bowie. A sonoridade de Low reflete a falta de comunicação e expressão em que Bowie estava passando. Mesmo assim, Sound and Vision entra nas paradas européias, a música Warszawa é a referência para o primeiro nome da futura banda Joy Division e Subterraneans finaliza o álbum, numa bela sinfonia da decadência. Claro que, para uma maior evidência, é importante situar o álbum, no ano em que o movimento punk estava em ascensão. Low renega completamente a cena underground, a guitarra cede espaço aos sintetizadores.
Heroes ainda continha faixas instrumentais, mas torna-se mais acessível do que seu antecessor. A música título é inspirada num jovem casal que Bowie vira se encontrando várias vezes no muro de Berlim. O álbum era uma intenção de retratar a capital alemã. Bowie cita mais tarde que, Low/Heroes era até ali, o que mais continha amor e emoção dos seus trabalhos. A música Heroes, foi composta também em francês e alemão e o clipe traduz a obscuridade daqueles dias.
Lodger é o que menos me atrai, mas tem suas características. Agora incorporando música jamaicana, armênia e turca, o álbum já não contém músicas instrumentais. É como se a cada álbum, a natureza, a limpeza sanguínea, a procura de um significado, fosse dando amostras. Acho que, é em Lodger, que Eno se nutre mais de suas experiências. Em Boys Keep Swinging (single composto por Bowie/Eno) é o que de mais interessante há no álbum, fechando assim, a trilogia ou “triptych”. David Bowie dá adeus a Brian Eno e a Berlim.
Clique aqui e assista ao clipe de Heroes.
Traum Bendict
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