Massacre em Realengo. O primeiro, que seja o último

É difícil comentar sobre um fato tão desconexo com a realidade brasileira. O acontecimento em Realengo, mais precisamente na Escola Municipal Tasso da Silveira, Zona Oeste do Rio de Janeiro, não tem precedentes no tempo de existência de nosso país. A motivação e o saldo de tal fato devem ser minuciosamente estudados.

Evidente que não é esse meu objetivo aqui. Apenas direciono um breve comentário. Psicólogos, analistas de segurança pública e, sobretudo, profissionais da educação devem ser reativos a esse acontecimento. Nossos parlamentares também devem levantar a discussão e não descuidar de um debate aprofundado sobre o fato. E que essas manifestações não se voltem ao simples e perigoso rotulismo, apresentando o "atirador" como um louco e ponto final.

Deve existir muitos Wellington Menezes de Oliveira por ai. Obviamente que não se pode detectar toda e qualquer ação de indivíduos perturbados como aquele, mas pode-se não incentivar procedimentos parecidos deixando de dar audiência somente para o massacre, as faces amedrontadas e a motivação aparentemente idiota. Quanto mais for mostrado única e exclusivamente esse lado da história, mais Wellingtons poderão ter suas chamas de raiva aumentadas, com um brilho de prazer sórdido nos olhos.

Ações educativas, humanitárias, preventivas devem ser trabalhadas desde o seio familiar até às salas de aulas. Uma maior aproximação dos profissionais da educação em relação aos alunos, o mesmo em se tratando dos pais com os filhos. Algo simples. Uma observação centrada no comportamento, no relacionamento inter-pessoal. Para que tal fato não se torne recorrente em nosso país, os Wellingtons incubados devem ser integrados aos círculos sociais. Alguém que não sente respaldo em seu círculo de convivência certamente não respeitará as convenções sociais que regem a ordem de um mínimo de organização e consciência humitária pacífica e solidária.

Comentários

Anônimo disse…
ótimo comentário. ;)