EDITORIAL: rolêzinho é uma idioticizinha.

Durante algum tempo venho me abstendo de comentar fatos do lúgubre cotidiano nacional. Não por ser um cidadão relaxado, despreocupado com os acontecimentos que guiam o presente rumo a um futuro incerto em termos culturais. Se demoro a escrever sobre essas intercorrências de desejos e vontades fugazes que vem emanando em várias partes do país sem objetividade nenhuma [onde a maioria destas descamba para a mais pura e simples criminalidade como por exemplo as manifestações pelo Passe Livre], é porque meu cérebro ainda não tinha conseguido processar informações tão rudimentares, sem lógica e com tamanho poder de auto-destruição da identidade de um povo. 

Como se não bastasse nossa cultura [ou o que restou dela] ser nivelada por baixo pelos formadores de opinião insípidos que povoam o grosso da mídia prostituída nacional, ainda temos que presenciar à disseminação de atitudes simiescas, porém altamente compatíveis com o bestial estado de derrocada cultural que vivemos. Parece ser pouco para o Brasil comportar a onda funk, os livros de auto-ajuda, os estudos acadêmicos ideológicos não-científicos,  o rap criminal, as novelas anti-cristãs, o gayzismo institucionalizado, o feminismo raivoso e depravado, etc., etc., etc.

Nesta postagem foco nessas ações sedimentadas em nada, visando resultar apenas num caos momentâneo e disseminadas pelas redes sociais através de jovens aparentemente ociosos, ainda em busca de um sentido relevante para a própria vida, como se fossem o décimo primeiro mandamento esquecido, conhecidas coloquialmente como "rolêzinho". Em tempo de exacerbado individualismo egocêntrico sádico em detrimento da moral e bons costumes, é natural, mas não aceitável [como um câncer], que surjam movimentos descerebrados como esse tal de "rolêzinho" que anda tomando um espaço inacreditável na mídia enquanto assuntos de cabal importância para a nação são entregues às moscas do esquecimento.

Em larga exposição da decadência atual, os veículos de informação contrataram senhores(as) com o direito garantido por um pedaço de papel [leia-se diploma] de se auto-intitularem "antropólogos" sem ao menos saberem o que significa o termo, para legitimar perante à mídia e à sociedade esse tipo de atitude irrelevante. Isso mesmo. É esse o estado de enganação permanente em que se encontram as coisas por aqui. E se digo que esses papagaios acadêmicos não sabem nem se identificar dentro da própria profissão que escolheram, é porque se fossem intelectuais confiáveis, teriam extrema vergonha de declarações anencéfalas propagadas a esmo, sempre entoadas como verdades universais e, infelizmente, absorvidas por nossos pares sem qualquer depuração racional.

E para não ficar apenas na exposição das intenções por trás das palavras jogadas ao vento por esses seres iluminados, segue uma entrevista  grotesca publicada pelo parcial UOL com a `antropóloga´ Rosana Pinheiro-Machado, um desses personagens endeusados pelos redatores de jornais igualmente vazios de razão de ser, quanto mais de existir que se auto-exalta por lecionar(?) na Inglaterra [sem sombras de dúvidas Oxford já foi melhor frequentada]*:   

*comentários em negrito elaborados pelo TM:


Para a antropóloga e professora da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Rosana Pinheiro-Machado, fechar os shoppings para os "rolezinhos" é apartheid - ela faz referência ao regime de segregação racial adotado na África do Sul na segunda metade do século 20. "No fundo, o que se teme é ver o que antes não se via: a periferia negra, a pobreza e a desigualdade", afirma.
*A suposta mestra mostra não saber nada de apartheid [sendo uma antropóloga, caso de ignorância endêmica], pois a principal característica do citado sistema segregatório sul-africano era a separação total dos serviços públicos. Shopping é ambiente privado, usado pelo público é verdade. Ninguém impediu que A ou B entrasse no complexo de compras, muito menos suprimiu deles o direito de usar qualquer serviço público; impediu-se um movimento de cunho anárquico-depredatório sem nexo com a realidade destruíssem um bem privado. Apartheid não cabe nesse contexto. É dessa aberração lógica que parte a frágil retórica da pesquisadora.
UOL - Na sua opinião, por que os shoppings foram escolhidos para os "rolezinhos"?
Rosana Pinheiro-Machado - É a ocupação de um templo do consumo. O objetivo é justamente o consumo. Tudo começou como distração e diversão: se arrumar, sair, se vestir bem. Existe toda uma relação com as marcas e com o consumo, num processo de afirmação social e apropriação de espaços urbanos. Ir ao shopping é se integrar, pertencer à sociedade de consumo.


*Como não tenho nada para fazer no momento, vou tentar descer ao padrão cognitivo de Rosana e tentar vislumbrar sua visão rasa; acompanhar essa comparação escabrosa entre um sistema repressor severo com uma simples manifestação vazia de alguns moleques desocupados será divertido:  o shopping não pode ser acusado de ser sujeito ativo de uma ação segregadora pelo simples fato de qualquer pessoa [consumidor ou não] pode entrar no recinto, usar banheiros, bebedouros, ar-condicionado, ocupar mesas, etc... Além de que, não existe espaços para uso de determinada raça [ex. banheiros só para brancos]. E ninguém em especial foi barrado; apenas baderneiros.

UOL - Como você explicaria o medo entre lojistas, frequentadores e donos de shoppings?
Pinheiro-Machado -  Uma resposta simplista seria dizer que é o medo do assalto, embora não esteja ocorrendo, e a sensação de arrastão. Mas a verdade é que os lojistas e frequentadores se sentem ameaçados. O shopping sempre foi uma redoma, um lugar das elites e das camadas médias. De repente, essa paz e essa fronteira foram abaladas e no fundo se teme ver o que antes não se via: a periferia negra, a pobreza e a desigualdade.



*Aqui o erro parte dum substrato único: como uma pessoa que não estava presente a determinado fato pode explicitar em palavras o medo daqueles que presenciaram o rolêzinho? Tenho certeza que esses seres iluminados não falam sogra hipóteses metafísicas. É puro besteirol redundante sem nexo com a realidade. O pior vem na segunda parte da resposta, onde o desvario alcança picos febris: a anos, a classe média, o negro, enfim o povão consome nos shopping; melhor dizendo, são a classe média-baixa que faz girar a roda da enlameada economia, afinal, os seres pertencentes às classes média-alta e seus superiores endinheirados, simplesmente não gastam seu dinheiro por aqui, apesar de, geralmente, esses mesmos seres lucrarem bastante por essa vilipendiada terra. Sem falar que, quando os abastados querem ir ao shopping, constroem complexos milionários só para ele, parante e os amigos. Nas imagens não vejo nenhum pobre, nenhum miserável, nenhum mendicante. Quanta imaginação dessa moça! Contudo sei que isso não é desvario ou imaginação em excesso. Isso é nada mais nada menos daquilo que está escrito: um discurso pró-socialismo. E cientista com ideologia não é um ser dos mais confiáveis pois, de certo, a verdade deles será sempre condicionada aos princípios de sua ideologia...



UOL - A proibição dos rolêzinhos estaria correta? O que a atitude dos administradores de shoppings representa?
Pinheiro-Machado - Completamente errada. Eles são potenciais consumidores? Como estabelecer critérios que não sejam preconceituosos? Não se pode negar o direito de ir e vir. Eu duvido que, se diversos jovens das elites brancas marcassem encontro, algum shopping ia proibir. Isso é apartheid.



*Essa resposta deixa transparecer a parte dominante da personalidade da socióloga Rosane: o egocentrismo. Exprimir juízo de valor acerca de fatos que já não dizem respeito a sua alçada acadêmica e ainda alegar que a garantia dos direitos dos donos do shopping de preservar seu patrimônio deve ser relegada à segundo plano em favorecimento à uma luta de classes imaginária é no mínimo, loucura. A suposta mestra, afirma que tal direito reconhecido em inúmeras sociedades durante milênios, é mero "preconceito". Isso a citada pesquisadora demostra também desconhecer o significado da palavra dita acima. Inferir numa palavra significados forjados em ideologias socialistas não me parece algo ético de se fazer numa discussão imparcial, acadêmica. Não houve discriminação, uma que, como dito antes, se cada jovem fosse ao shopping sozinho, com alguns amigos, com a namorada, com a família, nada disso teria ocorrido. Mas não eles marcaram e se reuniram para simplesmente "aloprar" e tentar ofender o "sistema" [inclusive através de pequenos delitosque eles mesmos desconhecem. A mestra continua subindo na escala daquilo que chamo de delírio-ideológico [momento em que o ser já em total descompasso entre consciência e realidade] profere palavras repetidas, chavões e slogans de propagando política sem refletir acerca de nada do que diz: "Não se pode negar o direito de ir e vir." Esse direito não foi negado; foi garantido o direito das pessoas normais de frequentar o shopping sem um monte de moleques desocupados ao redor gritando palavras de "ordem". Sobre o questionamento de caso fossem jovens de elite e brancos, não há muito o que dizer: basta olhar as imagens e ver com seus próprios olhos que os negros, no maldito rolêzinho, eram também minoria. Rosana volta a citar o grave apartheid sul-africano, cujas incongruências já mostrei no início da entrevista.

UOL - O que você acha do posicionamento da PM?
Pinheiro-Machado - É um absurdo, como sempre. Não é correta quando usa a força policial e a violência para agir contra os mais fracos. É sempre assim. A única vez que a classe média tomou pau da polícia foi em junho de 2013. Pela primeira vez sentiu na pele o que sempre foi comum na periferia. Não se pode agir com brutalidade. Trata-se de um movimento social que deve ser tratado com cautela. De modo geral, existe um rancor não apenas da policia, mas de grande parte da sociedade brasileira, segundo tenho acompanhado em milhares de comentários, que pedem agressão contra esses jovens considerados vagabundos. É uma apologia à violência.


*Mais uma vez a pesquisadora envereda por terrenos que nunca antes caminhou... Como todo bom brasileiro, gosta de exprimir suas superficiais opiniões obtidas sem conhecimento real daquilo que se fala: o que essa senhora de mente rasa entende de policiamento? Nada, suponho. Então como emitir juízo de valor acerca da atitude da PM no fato? Ela alega que o shopping usou a polícia contra os mais fracos, porém omite o fato de os outros usuários do mesmo shopping terem apoiado a ação da polícia pois coibiu atos de delinquência.  Rosana age como um advogado de algum marginal detido durante o rolêzinho... Tomar parte assim sem ouvir os outros lados [outros usuários e donos do shopping] é, no mínimo, imprudente e amoral. Nos protestos [vazios de significados, recheados de simbolismo vulgar] quem sentiu a força desmedida da PM foram os vândalos depredadores e seus asseclas [infelizmente sobrou um pouco de violência pra imprensa também]. As pessoas de bem que estavam protestando saíram de perto quando a coisa descambou para a anarquia. E outra coisa mestra Rosana, rolêzinho não é movimento social. É difícil a senhora acertar as colocações... Movimento social é denominação técnica que exige para enquadramento uma ação coletiva de setores da sociedade organizados [a mestra pode me mostrar onde estava a organização ali no rolêzinho se nem líder se tinha?]  visando defesa ou promoção de direitos [geralmente trabalhistas ou sociais como exemplo exigência de horas extra a determinado grupo de trabalho ou melhor funcionamento de hospitais e escolar]. Se a ignóbil antropóloga não atenta para esses pré-requisitos, se demonstra a deficiência intelectual que possui para absorver ensinamentos básicos de moral e ética, pois do pressuposto da mesma, qualquer aglomerado de pessoas desocupadas badernado pode receber a denominação política de Movimento Social. Minha senhora, seu caso está se mostrando clínico.

 UOL - Os "rolezinhos" podem acabar em arrastões e violência?
Pinheiro-Machado - Não. Acredito no oposto: que esse rolezinhos estão se politizando por causa da reação e serão cada vez mais políticos como forma de protesto e ocupação de espaço.  E não assalto. Esses jovens da periferia sempre foram a shoppings e nunca assaltaram. Não tem por que fantasiar, isso é medo fantasioso. Os assaltos ocorrem noutros lugares.

*Aqui a premissa falsa parte do lado do jornalista: os primeiros detidos no primeiro rolêzinho noticiado, foram presos justamente por agirem em concorrência para roubar e assaltar. Se daí viria a violência parece-me apenas questão de tempo. Ou seja, o jornalista se mostra despreparado pois fatos criminosos já haviam acontecido. E a mestra Rosana insiste no erro ao proferir, sem a mínima reflexão, que "rolezinhos estão se politizando como forma de protesto e ocupação de espaço". Senhora de neurônios dicotômicos, aqueles jovens desocupados estavam protestando contra que? Contra quem? Suponho, que se protestavam por algo, o que duvido muito, era contra os preços altos dos tênis, roupas e gadgets eletrônicos que não podem comprar... E sobre a ocupação de espaço, teriam eles direitos em ocupar um espaço já ocupado por outros cidadãos? Para Rosana, sim, eles tem esse direito, porque eles acham que sim. Essa comunidade acadêmica moderna me dá nos nervos... Segui-mo-nos para a última pergunta da entrevista desconstrucionista:

UOL - Grupos de calouros e veteranos da FEA-USP fazem um ato no shopping Eldorado todos os anos como parte da recepção aos calouros. A senhora vê alguma semelhança entre os "rolezinhos" e esses trotes universitários? E quais são as principais diferenças?
Pinheiro-Machado - Acho que, de um lado, você tem as camadas médias que ninguém teme. E ninguém pensa em assalto e nem tanto na tal desordem. O rolezinho é outra coisa, é uma continuidade dos passeios de grupos juvenis da periferia que vão cantar e namorar no shopping. Coisa de meninada. Mas tomou uma grande dimensão. E, por isso, acaba se tornando outra coisa, um movimento mais politizado, um protesto contra a exclusão e o preconceito. São movimentos parecidos no sentido de que se trata de um agrupamento jovem e ritualístico -- de um lado, é admirado, e, no outro, temido.

*Aqui a antropóloga destila toda sua ignorância diplomada para resumir o rolêzinho, ato sem fundamento lógico ou prático, em "passeio". Rosana vai além: compara o rolêzinho a outro ato de jovens, uma trote de calouros [ato com significado comparado ao vazio do rolêzinho]. Tudo bem que a pesquisadora deve residir em alguma cidade da Inglaterra à milhares de quilômetros daqui, contudo, não se informar antes sobre aquilo se fala em público é um ato de canalhice intelectual.  E para finalizar essa teoria esdrúxula exposta, a mestra afirma que o povo tem medo dos rolezinhos porque é feito por pobres e negros, enquanto os trotes acadêmicos são feitos por gente rica e branca enquanto volta ao argumento de "movimento social politizado"... Pois é amigos, não é só por aqui que a cultura superior virou inferior. A ignorância, estupidez e intolerância à inteligência é disseminada ad infinitum no mundo não só pela mídia prostituída, mas também pelos próprios pensadores que, apesar do dever supremo de iluminar, trabalham incessantemente nas universidades para jogar às sombras a Verdade, a tantos milênios buscada pelos verdadeiros amantes do saber. Não era necessário tanta cobertura inundando nossos subconscientes com essas inversões de valores subliminares [quebra da ordem e consequente esfacelamento da sociedade Ocidental] para uma ação tão tresloucada em comparação com as necessidades básicas da nação que andam sem publicidade.

PS: Uma pessoa que usa hífen no sobrenome para afirmar o já óbvio [o acréscimo da alcunha do marido ao nome da esposa], não é digna de confiança.


Janeiro, 2014

Walter A.
wjr_stoner@hotmail.com / facebook.com/Walter_blogTM



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