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Jane Austen

Desde 1940, as primeiras gerações de cinéfilos vêm acompanhando através das telinhas e telonas, adaptações fantásticas de algumas das obras literárias da escritora britânica Jane Austen. Dentre os mais conhecidos, podemos citar: Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility) (1811), Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice) (1813), Mansfield Park (1814), Emma (1815) e Persuasão (Persuasion) (1818), este último publicado postumamente. Hollywood investiu pesado nessas superproduções. Os personagens foram interpretados por atores de fama e talento reconhecidos, chegando a ganhar vários Oscars. Mas isso tudo se deve a genialidade de sua criadora.

Para compreendermos a importância de Jane Austen na história inglesa e conseqüentemente mundial, usaremos como ponto de referência, Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice), considerado sua obra prima. O livro foi publicado em 1813, mas escrito em meados de 1797 tendo como título First Impressions (Primeiras Impressões), mas nunca foi publicado com esse título. A narrativa nos traz a trajetória dos Benet, uma família de muitas mulheres e quase nenhuma posse. A vida deles muda com a chegada do rico Mr. Darcy e seu amigo Sr. Bingley, também abastado. Ambos se apaixonam pelas duas senhoritas Benet mais velhas. Contudo, a diferença entre as classes torna tudo mais difícil, e os eventos nos prendem ali nas páginas até o Happy End.

É essencial ao entendimento do leitor, conhecer o contexto histórico da época de Austen. No século XVIII mulheres não estudavam em escolas ou iam às Universidades, não tinham o direito de herdar propriedades e os casamentos se realizavam por acordos financeiros. Amar? Só se fosse na sua esfera social. Não havia entre homens e mulheres o contato de um aperto de mão, um abraço ou um beijo no rosto. O único momento que um casal ainda não casado tinha para conversar e havia a oportunidade de se tocar, era durante a dança. Bailes, jantares e caminhadas faziam parte da rotina dos anos de 1700. E é isso que encontramos nas obras de Jane Austen, porque ela escrevia sobre um mundo que conhecia e entendia perfeitamente. Sua obra reflete o período e a classe social a qual ela pertencia.

Mesmo estando no século 21, é incrível ver como as histórias de Austen se tornam atuais para nós. Acontece que ela entendia a natureza humana, e as concepções amorosas daquela época são as mesmas de hoje, a hipocrisia das pessoas também. Jane Austen era diferente das mulheres de seu tempo, tinha uma personalidade e um espírito independentes. Foi uma revolucionária ao decidir viver do que escrevia e não ser sustentada por um marido arranjado. A pesar de tudo, é interessante notar a forma bem-humorada com que muitas vezes descreve sua sociedade.

Aquele que lê a biografia de Jane Austen talvez se espante com o contraste da vida “sem graça” que ela levava e os finais felizes que suas personagens tiveram. Notando essa oposição, fica claro a decisão da autora de dar às suas heroínas a felicidade que ela não teve. Mas quem somos nós para questionar o formato de uma obra que nos conta com ricos detalhes a verdade de uma sociedade histórica e ainda nos envolve num enredo emocionante?

Aqui vai uma dica: Qualquer amante da literatura que se preze, não pode deixar de conhecer as obras da autora que contribuiu para a fundação do estilo moderno de escrever, JANE AUSTEN.

Aline Morgana Guilermino
Acadêmica do Curso de Letras da Universidade Estadual de Alagoas.

Comentários

Unknown disse…
Ótimo artigo.
Bem completo e esclarecedor. Dá vontade mesmo de conhecer as obras de Jane Austen.
Parabéns!