O Labirinto do Fauno (El Laberinto Del Fauno)
Drama/suspense/fantasia 2006
Direção de Guillermo del Toro
É de conhecimento de todos a terrível época em que o Brasil estava mergulhado nos anos da ditadura militar. Perseguições, torturas, censura e mortes deram a tônica desse momento único em nossa história. Vai ano, vem ano surgem filmes, livros, novelas que resgatam esse período ainda misterioso de nossa história. Tal qual no ocorre no Brasil, a ditadura também é tema de filmes em outros lugares do mundo como, por exemplo, a Espanha que com o seu O Labirinto do Fauno (2006), dirigido por Guillermo del Toro.
Os dias após o término da ditadura de Francisco Franco é o tema desse filme que mistura sonho e realidade para retratar o clima angustiante e de medo que imperava a Espanha nos idos de 1944. Fugindo do conflito que tomava conta do centro da Espanha, a família da pequena Ofélia se refugia em uma fazenda isolada do conflito ao norte do país. Ela, sua mãe - prestes a ter outro filho-, seu padrasto – um dos líderes fascista em decadência – e mais o exército liderado por ele se refugiam nessa fazenda. Apesar de longe do centro do conflito a realidade não é muito diferente para a mãe e filha que se veem presas a um sistema rígido de comportamento, cheio de regras e envolta ao clima tenso de um eminente combate.
Tal qual uma Alice, a nossa personagem, como uma espécie de fuga desse clima opressivo se refugia em seus devaneios para ter de volta os bons momentos da infância. Dessa realidade Ofélia cria um mundo mágico em que ela é uma princesa e tem algumas ações a realizar que termina envolvendo-a numa grande aventura. Como se pode ver existe uma história dentro de outra, pois nenhuma tem relação direta e não se interferem.
Porém, apesar do tom leve que essa história foi contada nesse texto o clima da história é totalmente oposto. Um ambiente sombrio é criado por del Toro nessa produção foi indicada como uma das melhores do ano de 2006. Misturando sonho e realidade, o diretor nos impõe um ritmo narrativo que cresce aos poucos e mantém um paralelismo no ápice das duas histórias narradas (a de Ofélia e a do conflito armado), como se buscasse retratar o quanto de angustiante a realidade ia se tornando para Ofélia à medida que aproxima o confronto armado entre os fascistas e os revoltos.
A fotografia e a maquiagem são dois dos pontos fortes do filme de del Toro. Ambos atuam unidos conferindo a atmosfera densa e fantástica que a obra possui. Principalmente nas cenas mais esteticamente forte e nas aventuras de Ofélia temos o melhor momento de ambas.
Autor de filmes que possuem essa densidade e ambientes sombrios, O Orfanato (2007) que participou da produção e Hellboy 1 e 2 (2002 e 2008) são uns deles, del Toro repete a fórmula em O Labirinto do Fauno, inserindo-os em um contexto político, o que lhe configura uma postura mais sóbria em seu uso e equivalendo-se a literatura fantástica, muito presente entre os escritores de língua espanhola.
Direção de Guillermo del Toro
É de conhecimento de todos a terrível época em que o Brasil estava mergulhado nos anos da ditadura militar. Perseguições, torturas, censura e mortes deram a tônica desse momento único em nossa história. Vai ano, vem ano surgem filmes, livros, novelas que resgatam esse período ainda misterioso de nossa história. Tal qual no ocorre no Brasil, a ditadura também é tema de filmes em outros lugares do mundo como, por exemplo, a Espanha que com o seu O Labirinto do Fauno (2006), dirigido por Guillermo del Toro.
Os dias após o término da ditadura de Francisco Franco é o tema desse filme que mistura sonho e realidade para retratar o clima angustiante e de medo que imperava a Espanha nos idos de 1944. Fugindo do conflito que tomava conta do centro da Espanha, a família da pequena Ofélia se refugia em uma fazenda isolada do conflito ao norte do país. Ela, sua mãe - prestes a ter outro filho-, seu padrasto – um dos líderes fascista em decadência – e mais o exército liderado por ele se refugiam nessa fazenda. Apesar de longe do centro do conflito a realidade não é muito diferente para a mãe e filha que se veem presas a um sistema rígido de comportamento, cheio de regras e envolta ao clima tenso de um eminente combate.
Tal qual uma Alice, a nossa personagem, como uma espécie de fuga desse clima opressivo se refugia em seus devaneios para ter de volta os bons momentos da infância. Dessa realidade Ofélia cria um mundo mágico em que ela é uma princesa e tem algumas ações a realizar que termina envolvendo-a numa grande aventura. Como se pode ver existe uma história dentro de outra, pois nenhuma tem relação direta e não se interferem.
Porém, apesar do tom leve que essa história foi contada nesse texto o clima da história é totalmente oposto. Um ambiente sombrio é criado por del Toro nessa produção foi indicada como uma das melhores do ano de 2006. Misturando sonho e realidade, o diretor nos impõe um ritmo narrativo que cresce aos poucos e mantém um paralelismo no ápice das duas histórias narradas (a de Ofélia e a do conflito armado), como se buscasse retratar o quanto de angustiante a realidade ia se tornando para Ofélia à medida que aproxima o confronto armado entre os fascistas e os revoltos.
A fotografia e a maquiagem são dois dos pontos fortes do filme de del Toro. Ambos atuam unidos conferindo a atmosfera densa e fantástica que a obra possui. Principalmente nas cenas mais esteticamente forte e nas aventuras de Ofélia temos o melhor momento de ambas.
Autor de filmes que possuem essa densidade e ambientes sombrios, O Orfanato (2007) que participou da produção e Hellboy 1 e 2 (2002 e 2008) são uns deles, del Toro repete a fórmula em O Labirinto do Fauno, inserindo-os em um contexto político, o que lhe configura uma postura mais sóbria em seu uso e equivalendo-se a literatura fantástica, muito presente entre os escritores de língua espanhola.
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